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Certezas

Não quero alguém que morra de amor por mim...
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu lhe amar, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim...
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível...
E que esse momento será inesquecível...
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...
Poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...
E não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe...
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas...
Que a esperança nunca me pareça um "não" que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como "sim".
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros...
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia,
Poder dizer às pessoas que nada foi em vão...
Que o amor existe,

que vale a pena se doar às amizades a às pessoas,
que a vida é bela sim,
e que eu sempre dei o melhor de mim...
E que valeu a pena!!!

Mário Quintana


Cercados

Rimas.
Versos.
Melodias de amor.
Cinderela.
Arcos-íris.
Cor.
Ventos, assobiando baixo, tilintam mensageiros.
Tons violetas, ametistas e violáceos, aos horizontes.
Cabelo de nuvens, cachos, fontes, montes.
Gosto tanto do teu abraço.
Do teu cheiro, teu cansaço.
Quero-te sempre comigo.
Em ti me perco, me acho.
Enrosco, completo, tomo forma, modelo, encaixo.
Por ti, dou todo o meu reinado.
Dôo meus fortes e valentes couraçados.
Liberto meus cavalos e de meus escudos me desfaço.
Abandono o meu trono, jogo fora o meu cajado.
Quero-te para mim.
Quero que sejas minha.
Não quero que tenha fim.
Para isso, faço qualquer tratado.
Desejo um bom fim.
Quero contigo estar ilhado.

N’algum lugar

Alvo sorriso,
Pés descalços,
Nuas meninas.
Criança brincando,
Cabelos raspados,
Orelha dobrada,
Calor, suor, luz, ventanias.
Brincava de índio, de teatro.
Vivia sorrindo, vibrando, de quatro.
Cavalgava comigo em harmonia perfeita.
Mesmo dormindo esbanjava beleza.
Mas se deu que certo dia,
Foi brilhar para outro céu.
Estrelar noutro palco, voar.
Deixando galáxia a minha vazia.
Hoje vivo em órbita, sonhando.
Escutando o doce latido do doce, por perto.
Olhos celestes estampam o meu cérebro.
Percorro, desde então, descoloridos horizontes.
Vivo, inconstante, procurando visões.
Saudades,
Rastros,

Imagens ao longe.


Pôr do amor

No pensamento voa a incerteza do fazer e do agir,
Ainda mais por tratar-se de assunto tão delicado.
Não há nada mais o que esconder.
As cores secaram.
Foram-se cada uma para cada lado.
O amor, às vezes, é assim, surpreendente.
Gruda e te beija, desgruda e te deixa.
A gente nem sequer sente.
Quando damo-nos por si, ele já se foi, foice de repente.
Desespero e dor são tão inevitáveis, quanto efêmeros.
Roubam os postos da harmonia e do prazer.
Estes vão para longe, para outra cidade, pra outro céu, pr’outros olhos,
Aportarem noutro cais o seu querer.
Sonhos reais,
por trilhas diferentes das que estava acostumado a percorrer,
Fazem-me perceber melhor ao meu redor.
Vejo matizes de tons sustenidos e violáceos em dó.
É temporada de hibernação.
Golfinhos, agitados,
Velejam para o litoral,
acasalam-se.
Lagartas, após o cio,
Encasulam-se ao breu.
Solidão, angústia.
Racionamento de energia do meu eu.
O meu amor se pôs,

Se foi.
O meu ser escureceu.

Temporão

Chegamos mais uma vez à época de plantação, dando margem à dúvida e indefinindo o futuro abastado da colheita.
Desta forma, tão súbita e tão ausente de água, do plantio fez-se o justo.
Desilusão.
Susto.
Gafanhotos, praga, vulto.
Só a silhueta duma diferente forma, pós-moderna, de se semear, vi.
Minhas raízes sendo arrancadas, vivi.
Tormento.
Atração.
Fome.
Momento.
Falta adubo.
Ciclo do nitrogênio.
É pouca merda pro meu gosto.
Já basta.
Estorvo.
Tempestade.
Terremoto.
Ventos.
Trovoadas em meu pensamento.
Raios e relâmpagos em formação na atmosfera de meu coração.
Flores secas nascendo, com força, do chão.
Seca está a lagoa...
Seco, o meu sertão.
Borboletas sobrevoam...
Tô de lagoa seca cheia.
Injustiça germinada.
Descolorida e desmatada primavera.
Sol e chuva é do que preciso.
Arco-íris:
Quem me dera.

Pablo

Picasso, Neruda, Bomfim
São todos Paulos, Pablos, assim:
pequeninos nos nomes, grandes, enfim...

O primeiro mesclou cores,
o segundo, palavras,
Esse mescla amores sem-fim:
Inatos, Re-Natos, Transcendentes...

De outros tempos, épocas,
Eras Biancas, de repente...

Que cheio de Vida e Alegria,
mais um de nome Pablo se apresente!!

Sê forte, menino!! Genuíno!!
Com A Benção do Divino, invada e transforma nossas vidas...

Te amo, meu filho!!
Te amamos!!
Seja bem vindo à Vida!!


Meta Morfoses

Não me dêem fórmulas certas,
Por que eu não espero acertar sempre.
Não me mostrem o que esperam de mim,
Por que vou seguir meu coração.
Não me façam ser quem não sou.
Não me convidem a ser igual,
Por que sinceramente sou diferente.
Não sei amar pela metade.
Não sei viver de mentira.
Não sei voar de pés no chão.
Sou sempre eu mesma,
Mas, c
om certeza, não serei a mesma pra sempre.

Jeh Brito


O Amor

O amor é o sentimento dos seres imperfeitos, posto que a função do amor é levar o ser humano à perfeição.

Aristóteles


O Amor ²

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor.

1 Coríntios . 13


Trova

O compasso de meu coração está começando a bater diferente,
Marcando o meu passo,
Compassando-me,
Dando-me outra vida.
Com peito e cordas de aço, renasci para o mundo novamente.
De repente, de estalo, sonora linda trilha.
Mais uma vez, vou entregá-lo a quem achar conveniente.
Apta esta pessoa terá que ser.
Simples e exclusiva, assim irá me ter.
Só não sei se em seu ritmo, minha melodia irá soar.
E se, minhas notas, ainda perdidas, irão, às dela, harmonizar.
Estou desafinado, atravessado, bemol.
Ainda toco esta repetida e batida canção em vinil.
Preciso me reencontrar,
Sustenir.
Trovas em dó,
Cantigas de ninar...
Estou preparado.
Ainda sem tom,
Renasci afinado.
Levando o maior som,
Renapto.


Você

Ei, você: a minha vida é sua, não vê?
Só você detém o meu querer.
Sem saber bem ou mesmo o por quê,
Você me leva, em vai e vem, na garupa, com você.
Faz de mim o seu bem-me-quer, o seu bem-querer.
Seu nau, seu mau, seu bom, seu mal, seu bem, seu ser.
Rei, carrasco, prisioneiro, refém.
Fulano, cicrano, beltrano, outrem.
Falo por mim: quero a ti e a mais ninguém.
Até, mesmo, porque não tenho a mais ninguém a quem querer mesmo.
Estamos a sós: eu, você e meus coloridos pensamentos teus.
Só Deus, nalgum lugar, nos observa.
Na verdade, então, estamos Deus, você, eu e meus pensamentos teus,
por todo lado, por toda parte, por onde quer que andemos.
Estive pensando: há dias que você não me sai da cabeça.
Agora, por exemplo, antes que eu me esqueça,
Acabam de surgir acalorados pensamentos meus, teus.
Sorrio sozinho, arrepio.
De olhos fechados, consegui lhe ver, o brilho...
O brilho de teus olhos, lábios e sorrisos.
De teus tons de pele,
Cheiros e abraços,
Sou escravo.
Eu lhe pertenço,
Não tem jeito,
Você não vê?
Faça você, de mim,
O que bem quiser,
O que bem entender.
Ama-me.
Procria-me se quiser.
Dá-me vida, vidas.
Salva-me se puder.


Deus

Passei tanto tempo te procurando, não sabia onde estavas.
Olhava o infinito, não te via e pensava comigo mesmo:
Será que Tu existes?
Não me encontrava na busca e prosseguia.
Tentava te encontrar nas religiões e nos templos.
E Tu não estavas.
Te busquei através de sacerdotes e pastores e não Te encontrei.
Senti-me só e desesperado.
Te descri.
Na descrença Te ofendi.
Na ofensa, tropecei e caí.
Na queda, senti-me fraco.
Na fraqueza, pedi socorro.
No socorro, encontrei amigos.
Nos amigos encontrei carinho.
No carinho, vi nascer o amor.
Com o amor vi um mundo novo.
No mundo novo, resolvi doar.
Doando, recebi.
Recebendo, me senti feliz.
Feliz, encontrei a paz.
E com paz, foi que te enxerguei, pois dentro de mim Tu estavas.
E sem Te procurar foi que Te encontrei.

Desconhecido

Vivendo e aprendendo

Aprendi que se aprende errando.
Que crescer não significa fazer aniversário.
Que o silêncio é a melhor resposta, quando se ouve uma bobagem.
Que trabalhar significa não só ganhar dinheiro.
Que amigos a gente conquista mostrando o que somos.
Que os verdadeiros amigos sempre ficam com você até o fim.
Que a maldade também se esconde atrás de uma bela face.
Que não se espera a felicidade chegar, mas se procura por ela...
Que quando penso saber de tudo ainda não aprendi nada.
Que a natureza é a coisa mais bela na vida.
Que amar significa se dar por inteiro.
Que um só dia pode ser mais importante que muitos anos.
Que se pode conversar com estrelas.
Que se pode confessar com a lua.
Que se pode viajar além do infinito.
Que ouvir uma palavra de carinho faz bem à saúde.
Que dar um carinho também faz...
Que sonhar é preciso.
Que se deve ser criança a vida toda.
Que nosso ser é livre.
Que Deus não proíbe nada em nome do amor.
Que o julgamento alheio não é importante.
Que o que realmente importa é a paz interior.
E, finalmente, aprendi que não se pode morrer, para se aprender a viver.

Herman Melville