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Pôr do amor

No pensamento voa a incerteza do fazer e do agir,
Ainda mais por tratar-se de assunto tão delicado.
Não há nada mais o que esconder.
As cores secaram.
Foram-se cada uma para cada lado.
O amor, às vezes, é assim, surpreendente.
Gruda e te beija, desgruda e te deixa.
A gente nem sequer sente.
Quando damo-nos por si, ele já se foi, foice de repente.
Desespero e dor são tão inevitáveis, quanto efêmeros.
Roubam os postos da harmonia e do prazer.
Estes vão para longe, para outra cidade, pra outro céu, pr’outros olhos,
Aportarem noutro cais o seu querer.
Sonhos reais,
por trilhas diferentes das que estava acostumado a percorrer,
Fazem-me perceber melhor ao meu redor.
Vejo matizes de tons sustenidos e violáceos em dó.
É temporada de hibernação.
Golfinhos, agitados,
Velejam para o litoral,
acasalam-se.
Lagartas, após o cio,
Encasulam-se ao breu.
Solidão, angústia.
Racionamento de energia do meu eu.
O meu amor se pôs,

Se foi.
O meu ser escureceu.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo... Triste... Parabéns!! ou melhor, sinto muito... Parabéns pela poesia, sinto muito pela perda... o homem aprende com as experiências... gostei da poesia... abraços... César Henrique...