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Um tal de érre minúsculo

O érre estava lá,
Minúsculo,
Perdido entre as reticências..r.
Até que uma adorável letrista resolveu percebê–lo.
Olhou–o perdido e passou a escrevê–lo da maneira que bem quisesse e entendesse.
Após horas de aula de ortografia, entre pontos e vírgulas, perdidos encontros se esbarravam numa enorme interrogação vazia à espera de sua vez de questionar.
Perplexas, as ranzinzas tremas ficaram passadas ao verem que os dois pontos ameaçavam dar espaço para que o travessão dialogasse sem parar, como um "tagarela e matraqueiro papagaio" e, sem terem mais o que fazer, cochichavam nas entrelinhas:
– “Lá se vão aqueles negritos, lá.
Os dois ridículos pontinhos, um em cima do outro, dando trela praquele cachaceiro e magrelo travessão filho da pauta, que, falando besteiras pelos pêlos e cotovelos, segue bem a frente dos dois, os três cambaleando página abaixo...”
Ah, tremas sem conceito, sem respeito.
Querem saber??
Vocês já eram.
Ficaram para trás.
Vocês só servem mesmo para falarem mal e causarem chiado com os seus dois falsos pontinhos no ú dos outros.
Chega de furados papos e moles conversas.
Vamos tirar os pingos dos is, de uma vez por todas.
Parágrafos pedem que se mude de assunto, mas o que realmente importa no contexto é procurar descobrir que raio de oração substantivada é essa que apareceu do nada em minha vida, se intrometendo em minha inspiração, tomando conta de minha rima e dirigindo o meu texto em sua direção, além de cismar em me rabiscar e me borrar com o seu melado nanquim.O que fazer se sou assim, feito de pedra, de barro mole, de quinhão, de mim.
Sou assim.
Sôo e ressôo.
Agitadas, as exclamações imploram e clamam que eu vá depressa, além dos caracteres entre parênteses, fazer o que for melhor para minhas saúdes mental, espiritual e emocional.
O tio de meu coração aconselhou–me a encontrá–la e, após recitar um versinho apaixonado, agarrá–la e muito beijá–la.
Meu sublinhado coração, agudo com tantos hífens de safena, volta a bater sereno, acomodando–se entre minhas aspas e cantarolando o nome dela para mim.
Sempre o dela.
Que estranho.
Quem será essa palavra que tanto é pronunciada em meus pensamentos e citada em meu coração??
Aliás, quem ela acha que é??
O que será que está havendo com o coração dela??
É mole!!
Que substantivo feminino mais inconveniente,
intrometido e cheio de papas na ponta da língua.
Quem ele acha que é para, sem guarida, invadir assim o meu seio e cravar uma flexa bem no meio de meu silabado –co–ra–cão–>, por onde, de uma brecha, esguichando sem parar, vaza a cada pulsar o seu nome soletrado, escorrendo e percorrendo num vermelho e preto rubro-negro gritante, por minhas artérias, dando–me vida?
Quem ela acha que é para transformar–se, assim, no ar que respiro??
Quem é essa garota que aplicou pilantramente o golpe do baú em meu músculo pulsante??





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