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Ascendência

Da Santa Terra semeada,
Dos confins egípcios,
Nas pirâmides e sarcófagos,
De almas e âmagos puros,
Nasceram os amores...
A moça encantada,
Os ventres propícios,
Corações descalços de peitos verdes e maduros,
Sentiram, em seu seio, as dores.
Há priscas eras se difundem esses tais amores,
Que como Arco-Íris,
Ao pôr do sol ou ao secar da chuva,
Vão perdendo, aos poucos, suas vivas cores.
O infinito faz-se instante.
A efêmera lágrima, soluço.
O abraço apertado, distante.
O sóbrio e alvo sorriso, intruso.
Além de jóias, pergaminhos e de algumas vestes banhadas a ouro,
Foram também enterradas com o Faraó, em seu leito sepulcral,
Saudades em seu coração.
Seus carinhos e paixões secretas,
O que acreditava ser seu maior tesouro,
Não puderam ser roubados e foram consigo, alados,
Para a Eternidade Infinda.
E até hoje sobrevivem intactos em suas catacumbas,
Apesar do tempo, de escavações e de procuras,
Além de seu ouro raro, empoeirados pergaminhos e vestes imundas,
As sagradas escrituras citando as esposas que teve, que o amaram,
E que ao seu lado viveram e morreram.
O que não se tem notícia são dos seus verdadeiros amores,
Aqueles que bem guardados, e às vezes até amargados em seu ser,
Por serem tais sentimentos esses considerados proibidas emoções,
Existiram e misteriosamente desapareceram sem deixar vestígios.
Sumiram. Escafederam-se.
E hoje vagam por aí...
Perambulam.
Perpetuam-se...
Assombrando corações.

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