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Vislumbre de um universitário desempregado

Um tempo em que se seja realmente feliz.
Crianças brincando, amigos do peito, verdades, reciprocidades.
Um tempo em que homens respeitassem e procurassem ajudar uns aos outros, para, assim, terem por quem ser ajudados e respeitados.
Em que sentimentos gerados e ligados à má formação social imposta por falhas estruturais governamentais, se escafedessem. Onde professores, formadores e orientadores tivessem o devido e assistido cuidado com os seus alunos, seus homens, procurando conhecer a cor dos olhos de cada um – formar não é castrar, dar bronca, expulsar de sala, excluir. Formar é, sim, interagir, comunicar-se, conversar, expressar-se, ouvir e ser ouvido, ser, mudar-se, transformar-se. Formar é, antes de tudo, ensinar e aprender. É, sobretudo, ensinar a aprender.
Diálogos há de existir a essa época, é a que almejo.
Época em que chefes tratassem com dignidade os seus empregados, obtendo, assim, mais ritmo, confiança e empenho por parte deles.
Na qual existirá uma capaz mídia, que tratará a informação com mais cuidado, sem ficar abusando da falta de coerência com a realidade, em sensacionalistas e fétidas matérias cruas que estampam, hoje, capas e páginas dos principais veículos de comunicação impressa e virtual, pronunciando-se repetidamente, por semanais décadas, pelas carrancudas bocas dubladas de engravatados teleapresentadores, caixas pretas mundo vasto à fora. Vasto mundo alienado.
Há de chegar o momento em que a mínima assistência será prestada e discutir-se-á políticas públicas com seriedade, verdade e envolvimento pelos meios de comunicação, refletindo, a partir daí, repercussões em toda a sociedade à qual essa comunicação procurar incutir inteligência. A comunicação, numa sociedade, é fundamental, sua falha, abismal.
Tempos que voltarão a ser áureos se aproximam.
Hoje, ainda vê-se como poesia, delírio, ficção ou fantasia, todavia, sinto aproximar.
Sou, então, um poeta delirante, um fictício ser fantástico, um mero personagem querendo isso praticar.
Que não quer morrer sem ao menos tentar algo mudar.
Se a transformação e a inteligência são do ser humano, como se sabe, logo, o que falta é usarmos essa inteligência de forma correta a transformar a realidade, a colori-la.
Fazer isso virar manchete.
Primeira página, largas colunas, novelas, esquetes.
Façam o que quer que forem fazer, mas bem feito o façam.
Com cores, amores, verdadeiros traços. Não continuando preenchendo os mesmos espaços ocupados por preconceitos, ironias e deboches clichês. Originalizem-se. Criem. Plantem sua semente.
Vivam para o bem e o bem morará realmente em seus leitos,
natural e consequentemente.Hoje estou desempregado, amanhã de repente...

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